quinta-feira, 29 de novembro de 2012

REMÉDIOS “OVOS DE OURO” NÃO CURAM PERIGOS IMINENTES DAS BIG PHARMAS


                                  Autores: Aldo Moraes, Éverton Souza, Glenn Ramos, Julio Moraes, Melina Souza, Ronaldo Adabo, Rubens Rodrigues
Grupo 4 - ADM B
          Com a perda de patentes de medicamentos de grande representatividade nos lucros das grandes farmacêuticas mundiais, este segmento aproxima-se cada vez mais da descida na montanha russa no mercado. Visando mitigar essa “queda livre” a vista, as grandes empresas estão buscando inovar seus mecanismos de pesquisa e desenvolvimento no setor através de parcerias com universidades. No Brasil a situação também não é diferente, apesar de afirmações de que o setor no país parecer estar forte, a repercussão de crise nesse setor é mundial, ou seja, o Brasil não está fora da rota do efeito que isso causa e causará.
          Tomando como exemplo para esse fenômeno, a Pfizer, maior indústria do segmento farmacêutico do mundo, estima perder entre 2010 e 2013, patentes que garantem ao equivalente de 16% de seus 60 bilhões de dólares anuais em receitas. Segundo levantamentos as farmacêuticas mais afetadas devem perder 114 bilhões em patentes no mesmo período, acirrando também a competitividade de fabricantes de genéricos, que fazem os preços caírem até 85% após o fim da patente.
           A revista americana Technology Review, editada pelo renomado Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), publicou uma reportagem de autoria de Susan Young destacando a lentidão de empreendedores na área de biotecnologia em obter financiamentos para pesquisas, assim conduzindo a novas parcerias entre investidores de capital, acadêmicos e grandes indústrias. Apesar de muitas empresas estarem desesperadas por novas ideias, ainda aproxima-se com muita cautela no aporte de investimentos de alto risco para pequenas empresas de biotecnologia iniciantes.
           A Pfizer, seguindo a tendência, procura rapidamente por seus prédios no campus de pesquisa e desenvolvimento em Cambridge, nas proximidades de Boston, herdados da compra da concorrente Wyeth, por US$ 68 bilhões, em 2009, há uma série de painéis com a frase “uma nova Pfizer”, visando assim atrair grupos de estudantes a desenvolverem pesquisas promissoras e vende-las para a empresa, com baixo custo e possibilidades de retornos igualitários para os desenvolvedores e a empresa, terceirizando assim a inteligência de pesquisa, eliminando seus custos de times fixos de pesquisa, estreitando e facilitando o controle e manejo das despesas.
          O novo comandante Ian Read (CEO) chegou prometendo aos investidores que a empresa gastaria menos em pesquisa e desenvolvimento, mas mesmo assim criaria mais remédios. Segundo ele com a descoberta de remédios de grande capacidade de vendas, como o Viagra e o Lipitor (ambos da Pfizer), as empresas passaram a canalizar recursos quase que exclusivamente para a descoberta do próximo blockbuster.
           O setor começou a migrar de drogas de doenças agudas para as de doenças crônicas, custos e o tempo exigido para o desenvolvimento aumentaram. Um novo medicamento passou a exigir US$ 1,3 bilhão e até 15 anos para chegar ao mercado, o índice de fracassos nas fases finais de desenvolvimento, depois de já terem consumido muitos anos de pesquisas e recursos financeiros, explodiu.
           “Agora não vamos nos focar em inventar novos blockbusters, mas em atender às necessidades dos pacientes e de populações menores com grandes necessidades de novos medicamentos”, o que afirma uma estratégia para gerar vantagens competitivas de longo prazo através de parcerias colaborativas, inovando em mercados ainda pouco e nada explorados.
          O laboratório passará a investir em doenças inflamatórias, oncologia, vacinas, doenças genéticas raras e neurológicas. Diversificação tem a vantagem de eventualmente diminuir os riscos de apostar exageradamente em uma droga que, no fim, acaba nem chegando ao mercado. O laboratório espera que essa outra meta seja atingida por meio da eliminação de equipes internas, que serão substituídas por parcerias com universidades, laboratórios e mesmo com outras empresas.
          É uma estratégia de compartilhamento dos gastos em desenvolvimento, mas também do potencial de receitas futuras. A Pfizer também já fechou parcerias com a Glaxo, para pesquisas em HIV, e com a Ely Lilly e a Merck, para criar um grupo de pesquisas de câncer na Ásia. Ambos os acordos seriam impensáveis há alguns anos.
           Em 2011, a Pfizer vai investir US$ 7 bilhões em pesquisa e desenvolvimento, 25% menos do que o ano passado.
          Em uma sessão do congresso em Boston, Anthony Coyle, chefe do programa Centers for Therapeutic Innovation (CTI, ou centros para inovação terapêutica, em tradução livre) conta que além das farmacêuticas terem que aprender com novas tecnologias que trazem benefícios para a saúde humana e assim criar novas terapias que ajudem isso, estão contando com colaborações com quatro centros de pesquisa acadêmica nos EUA em Nova Iorque, Massachusetts e Califórnia; sua função é a de buscar boas ideias, ainda em fase inicial, e transformá-las em potenciais candidatos para novos medicamentos.
           Apesar dos números positivos o setor ainda sofre com a mão de obra especifica interna, e com as empresas centralizando seus centros de pesquisa internamente. Tendo assim que desembolsar grandes quantidades de capital para financiar toda a estrutura.
           Antes, grandes farmacêuticas preferiam falhar sozinhas do que ter de repartir o ganho de suas descobertas. Agora, elas estão proibidas de pensar assim, sob o risco de se tornarem carta fora do baralho na nova configuração do setor.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Diário da Saúde. Disponível em: <http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=crise-descoberta-medicamentos&id=7957>. Acesso em: 31 nov.2012.
SITE. Disponível em: <http://www.jn.pt/PaginaInicial/Nacional/Interior.aspx?content_id=1184630>. Acesso em: 06 out.2012.
Portal dos Farmacos. Disponível em: <http://www.portaldosfarmacos.ccs.ufrj.br/atualidades_desafios_ind.html>. Acesso em: 06 out.2012.
Portal dos Farmacos. Disponível em: <www.proppi.uff.br/etco/%C2%A0novas-parcerias-redefinem-setor-de-farmacos>. Acesso em: 06 out.2012.
Isto é – Época. Disponível em: <www.istoedinheiro.com.br/noticias/52628_PARA+ONDE+VAI+A+PFIZER>. Acesso em: 07 out.2012.

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