quinta-feira, 29 de novembro de 2012

FUSÕES QUE FRACASSARAM NO BRASIL



Autoras: Denise Quinterno de Aguiar e Joseane dos Anjos Dias
Grupo 2 - ADM B
A lógica do mundo globalizado exige que as empresas busquem o crescimento para competir com rivais gigantescas. E as fusões são o caminho mais rápido. No entanto, uma série de estudos sobre fusões já demonstrou que a maioria delas dá errado. Muito errado. Segundo uma pesquisa da KPMG, com dados de fusões até o ano 2000, só 20% das uniões superam as expectativas do comprador (seja em aumento de participação de mercado, lucro ou valor das ações). Uma fusão em geral dá errado porque os problemas da empresa comprada drenam a atenção da compradora.
A Fusão da Square com a Enix foi ‘um completo fracasso’, diz ex-presidente. A Square Enix terminou a primeira metade do ano fiscal com prejuízo – pesados US$ 68 milhões de prejuízo. Hisashi Suzuki, ex-chefe da Square (antes da fusão) não está feliz com isso. Ele acha que a união com a Enix foi um fracasso. Apesar de ter tido sucesso com jogos sociais e com Dragon Quest X, seu novo MMORPG para Wii (e, em breve, Wii U), os Arcades deram prejuízo e a venda de jogos tradicionais foi pior do que o esperado. Kingdom Hearts 3D, por exemplo, ficou com 650 mil cópias vendidas no mundo todo – bem abaixo da marca esperada de um milhão de unidades. Em compensação, a empresa conseguiu chegar a 1,5 milhão com Sleeping Dogs, uma de suas novas postas. Suzuki, na seu perfil do Twitter, disse: “A fusão foi um fracasso completo. Não há visão para o futuro”. Ele foi presidente da Square entre 2000 e 2002, antes de ela virar Square Enix, e continuou lá como diretor até 2005. Como medida do fracasso, ele ainda disse que o valor das ações da empresa negociadas hoje é menor do que na época da união, e que os custos de desenvolvimento são muito altos hoje em dia. Final Fantasy, possivelmente a série mais famosa da empresa, já não está dando no couro como antes: FF XIII-2, o game mais recente, teve uma das piores estreias da franquia pós-FF VI, não alcançando nem um milhão de cópias vendidas no Japão. O fato de que teremos uma outra continuação vindo aí em 2013 dá algum respaldo às declarações de Suzuki: a Square Enix pode mesmo ter perdido a visão.
FUSÃO DA VOLKSWAGEN E FORD
Em 1987 Volkswagen e Ford, a ideia era compartilhar os custos e potencializar os pontos fortes de cada uma, em uma experiência tentada também em Portugal com a AutoEuropa. A campanha foi deflagrada no dia 1 de julho daquele ano, começando com a comunicação interna das duas empresas, assim como placa nos edifícios-sedes, jornais, emissora de rádio e televisão. Apesar de todo o processo ser cumprido em 1987, apenas em 1990 que as montadoras iniciam o funcionamento da empresa, que tinha 51% de suas ações controlados pela Volkswagen e 49% pela Ford. A estratégia de fusão teve relação com o momento que a indústria automobilística brasileira passava na segunda metade da década de 80. A estratégia buscava também garantir a permanência das duas montadoras no mercado interno, aumentando suas taxas de lucro - tanto a Ford quanto a Volkswagen vinham de uma crise de vendas e espaço de mercado no início dos anos de 1980. Porém, o estabelecimento concreto enfrentou sérias dificuldades internas e externas em seus sete anos de existência. O primeiro e grande problema a ser enfrentado foi a falta de investimento das matrizes, dificuldade da troca de conhecimento técnico, debilitando as colaborações locais. Outro problema foi a constante tensão entre a Autolatina e os sucessivos governos brasileiros com os quais, por motivos diferentes, ela se desentendeu, ora por causa do congelamento de preços, ora por conta da supervalorização da moeda.
A equipe da Volkswagen, por exemplo, sentia-se incomodada com perda de mercado para o Uno Mille (que, como único veículo da categoria, era um crescente sucesso de vendas). A empresa queria entrar neste segmento de “populares”, mas a Ford tinha uma estratégia diferente, o que se evidencia pela sua tardia entrada neste mercado com o modelo Ford Ka.
Da mesma forma, os engenheiros da Volkswagen percebiam que era chegada a hora de remodelar o Volkswagen Gol, mas o pessoal da Ford não concordava com o investimento necessário. Além disto, havia entre o pessoal da Volkswagen a percepção de que seus produtos ganhavam mercado enquanto os da Ford perdiam. O tempo, porém, mostrou que ambas as marcas estavam perdendo terreno para a concorrência, inclusive devido à abertura do mercado e à entrada de novas empresas no setor.
A decisão de dissolver as duas empresas foi tomada no final de 1994 e efetivou-se em 1996. A separação foi mais amigável do que pode parecer à primeira vista: foi uma questão ligada a filosofias e estratégias de negócio,Um sinal claro disto foi que os empregados puderam optar pelo seu destino, ou seja, se iriam para a Ford ou para a Volkswagen, independentemente de sua origem. Desta forma, vários ex-funcionários da Ford ficaram na Volkswagen e vice-versa.
O fator mais importante para que uma fusão dê certo é a cultura. Se as pessoas na empresa não falam a mesma língua, não seguem procedimentos que se complementam, não atuam de acordo com as mesmas diretrizes, o negócio não tem como dar certo. Por isso, o desafio é transformar a empresa comprada.
Processos para não fracassar na fusão: Bom relacionamento com o Parceiro – Negociador; Interesses mútuos; Conhecer o outro negocio; Cumprir prazos; Conviver com diferenças; Compartilha informações; Manter o negócio sempre com novidades e oportunidades; Abordar fatos antes de colocar opiniões; Supera expectativas; Quem negocia, e como; Planejar, apresentar, controle / avaliação sobre formas de negociar; Fundamento ganha / ganha concentrando nos interesses, criar alternativas e estabelecer critérios e objetivos para a decisão.
REFERÊNCIAS:
Revista Época. Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com>. Acesso em: 24 nov.2012.
Revista Época. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Autolatina>. Acesso em: 12 nov.2012.
Wii-Brasil. Disponível em: <http://www.wii-brasil.com/noticia.php?id=40294>. Acesso em: 12 nov.2012.

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