Autores:
Aldo Moraes, Éverton Souza, Glenn Ramos, Julio Moraes, Melina Souza,
Ronaldo Adabo, Rubens Rodrigues
Grupo
4 - ADM B
Com a perda de
patentes de medicamentos de grande representatividade nos lucros das
grandes farmacêuticas mundiais, este segmento aproxima-se cada vez
mais da descida na montanha russa no mercado. Visando mitigar essa
“queda livre” a vista, as grandes empresas estão buscando inovar
seus mecanismos de pesquisa e desenvolvimento no setor através de
parcerias com universidades. No Brasil a situação também não é
diferente, apesar de afirmações de que o setor no país parecer
estar forte, a repercussão de crise nesse setor é mundial, ou seja,
o Brasil não está fora da rota do efeito que isso causa e causará.
Tomando como
exemplo para esse fenômeno, a Pfizer, maior indústria do segmento
farmacêutico do mundo, estima perder entre 2010 e 2013, patentes que
garantem ao equivalente de 16% de seus 60 bilhões de dólares anuais
em receitas. Segundo levantamentos as farmacêuticas mais afetadas
devem perder 114 bilhões em patentes no mesmo período, acirrando
também a competitividade de fabricantes de genéricos, que fazem os
preços caírem até 85% após o fim da patente.
A revista americana
Technology Review, editada pelo renomado Instituto de Tecnologia de
Massachusetts (MIT), publicou uma reportagem de autoria de Susan
Young destacando a lentidão de empreendedores na área de
biotecnologia em obter financiamentos para pesquisas, assim
conduzindo a novas parcerias entre investidores de capital,
acadêmicos e grandes indústrias. Apesar de muitas empresas estarem
desesperadas por novas ideias, ainda aproxima-se com muita cautela no
aporte de investimentos de alto risco para pequenas empresas de
biotecnologia iniciantes.
A Pfizer, seguindo
a tendência, procura rapidamente por seus prédios no campus de
pesquisa e desenvolvimento em Cambridge, nas proximidades de Boston,
herdados da compra da concorrente Wyeth, por US$ 68 bilhões, em
2009, há uma série de painéis com a frase “uma nova Pfizer”,
visando assim atrair grupos de estudantes a desenvolverem pesquisas
promissoras e vende-las para a empresa, com baixo custo e
possibilidades de retornos igualitários para os desenvolvedores e a
empresa, terceirizando assim a inteligência de pesquisa, eliminando
seus custos de times fixos de pesquisa, estreitando e facilitando o
controle e manejo das despesas.
O novo comandante
Ian Read (CEO) chegou prometendo aos investidores que a empresa
gastaria menos em pesquisa e desenvolvimento, mas mesmo assim criaria
mais remédios. Segundo ele com a descoberta de remédios de grande
capacidade de vendas, como o Viagra e o Lipitor (ambos
da Pfizer),
as empresas passaram a canalizar recursos quase que exclusivamente
para a descoberta do próximo blockbuster.
O setor começou a
migrar de drogas de doenças agudas para as de doenças crônicas,
custos e o tempo exigido para o desenvolvimento aumentaram. Um novo
medicamento passou a exigir US$ 1,3 bilhão e até 15 anos para
chegar ao mercado, o índice de fracassos nas fases finais de
desenvolvimento, depois de já terem consumido muitos anos de
pesquisas e recursos financeiros, explodiu.
“Agora não vamos
nos focar em inventar novos blockbusters, mas em atender às
necessidades dos pacientes e de populações menores com grandes
necessidades de novos medicamentos”, o que afirma uma estratégia
para gerar vantagens competitivas de longo prazo através de
parcerias colaborativas, inovando em mercados ainda pouco e nada
explorados.
O laboratório
passará a investir em doenças inflamatórias, oncologia, vacinas,
doenças genéticas raras e neurológicas. Diversificação tem a
vantagem de eventualmente diminuir os riscos de apostar
exageradamente em uma droga que, no fim, acaba nem chegando ao
mercado. O laboratório espera que essa outra meta seja atingida por
meio da eliminação de equipes internas, que serão substituídas
por parcerias com universidades, laboratórios e mesmo com outras
empresas.
É uma estratégia
de compartilhamento dos gastos em desenvolvimento, mas também do
potencial de receitas futuras. A Pfizer também já fechou parcerias
com a Glaxo, para pesquisas em HIV, e com a Ely Lilly e a Merck, para
criar um grupo de pesquisas de câncer na Ásia. Ambos os acordos
seriam impensáveis há alguns anos.
Em 2011, a Pfizer
vai investir US$ 7 bilhões em pesquisa e desenvolvimento, 25% menos
do que o ano passado.
Em uma sessão do
congresso em Boston, Anthony Coyle, chefe do programa Centers for
Therapeutic Innovation (CTI, ou centros para inovação terapêutica,
em tradução livre) conta que além das farmacêuticas terem que
aprender com novas tecnologias que trazem benefícios para a saúde
humana e assim criar novas terapias que ajudem isso, estão contando
com colaborações com quatro centros de pesquisa acadêmica nos EUA
em Nova Iorque, Massachusetts e Califórnia; sua função é a de
buscar boas ideias, ainda em fase inicial, e transformá-las em
potenciais candidatos para novos medicamentos.
Apesar dos números
positivos o setor ainda sofre com a mão de obra especifica interna,
e com as empresas centralizando seus centros de pesquisa
internamente. Tendo assim que desembolsar grandes quantidades de
capital para financiar toda a estrutura.
Antes, grandes
farmacêuticas preferiam falhar sozinhas do que ter de repartir o
ganho de suas descobertas. Agora, elas estão proibidas de pensar
assim, sob o risco de se tornarem carta fora do baralho na nova
configuração do setor.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Diário
da Saúde.
Disponível
em:
<http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=crise-descoberta-medicamentos&id=7957>.
Acesso em: 31 nov.2012.
SITE.
Disponível
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<http://www.jn.pt/PaginaInicial/Nacional/Interior.aspx?content_id=1184630>.
Acesso em: 06 out.2012.
Portal
dos Farmacos.
Disponível
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<http://www.portaldosfarmacos.ccs.ufrj.br/atualidades_desafios_ind.html>.
Acesso em: 06 out.2012.
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Disponível
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<www.proppi.uff.br/etco/%C2%A0novas-parcerias-redefinem-setor-de-farmacos>.
Acesso em: 06 out.2012.
Isto
é – Época.
Disponível
em: <www.istoedinheiro.com.br/noticias/52628_PARA+ONDE+VAI+A+PFIZER>.
Acesso em: 07 out.2012.