terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Já pensou se o governo, empresas privadas e organizações não-governamentais caminhassem lado a lado?

                                                             Autores: Alyne Floriano, Daniele Marconato, Maiara Vieira, Mariana Nizoli, Pâmela Silva e Vanessa Basseto

Grupo 8 - ADM B


A criação de alianças deve unir questões sociais e ambientais e atacar as possíveis causas fundamentais da pobreza, em busca de objetivos em comum. Estes são os principais desafios e oportunidades do país.
 

A busca pelo aperfeiçoamento das instituições democráticas e a consolidação da economia de mercado, somados ao crescimento da importância do terceiro setor, evidenciam três atores potenciais no combate aos problemas sociais, econômicos e ambientais brasileiros: o Primeiro Setor (representado pelo Estado); o Segundo Setor (Mercado); e o Terceiro Setor (Sociedade Civil Organizada).
Esta seção destina-se a analisar a intersetorialidade, sob a perspectiva do Terceiro Setor. Isso porque a atuação das organizações de Terceiro Setor ocorre, principalmente, por meio de três principais fontes: Através das estratégias do Estado como garantidor e patrocinador de determinadas atividades, geralmente sociais; por meio do mercado, que também fornece recursos em suas ações de Responsabilidade Social; e, o mais antigo meio de manutenção e provisão das organizações do Terceiro Setor, que são a doação filantrópica - quando financeira - e voluntária - quando em mão-de-obra.
A gestão destas organizações assume grande complexidade, tendo que atender às expectativas daqueles que patrocinam suas iniciativas, sem perder seu caráter social, sendo difícil, em certos casos, avaliar os seus serviços (TEODÓSIO, 2001).
A ação intersetorial apresenta benefícios como o aumento da eficiência da intervenção operacional das organizações, definida como a aquisição de habilidades e competências, superação de lacunas, resolução de necessidades, garantia de sustentabilidade das ações e uso potencializado dos recursos. Dentre vários pontos a destacar, a importância de alianças e parcerias aparece na literatura como a solução política em busca da reversão da exclusão social. Cardoso (2002, p. 11) posiciona-se em relação a esta afirmação ao dizer que:


Uma ampla mobilização nacional voltada para a reversão da miséria e a inclusão social exige uma solução política: um entendimento estratégico entre parcela significativa dos principais atores das ‘esferas’ do Estado, do Mercado e da Sociedade Civil sobre a importância que deve ser dada à questão social e sobre as prioridades e medidas capazes de traduzir em ação concreta tal focalização.


Segundo Noleto (2004), para as organizações que tem interesse em crescer tanto em suas frentes de atuação quanto globalmente (em tamanho, recursos, benefícios a sociedade, no aumento de serviços prestados), selecionar os parceiros, avaliar os riscos e identificar os fatores que justificam as parcerias se tornam primordiais.

Alguns dos benefícios proporcionados através da aliança:
  • Construir motivação entre os funcionários;
  • Fortalecer o relacionamento com o Stakeholders;
  • Fornecer mais legitimidade para agir localmente;
  • Permitir diferenciação positiva da marca;
  • Possibilitar melhor entendimento de questões de desenvolvimento;
  • Novas oportunidades para financiamento e inovação;
  • Aumentar a possibilidade de impacto e a profissionalização de processos internos.
Além disso, um exemplo para definir este contexto acontece na região do Parque Nacional das Emas em Goiás, o Ibama, a TNC- The Nature Conservancy e a Fundação Emas atuam juntas para promover a adoção de novas práticas agrícolas, aumentando a produtividade e diminuindo os problemas gerados pela erosão dos solos. Como o Código Florestal exige de cada propriedade na região de cerrado, no mínimo, 20% de área preservada, muitos proprietários rurais já utilizam esse espaço para atividades produtivas sem descambar para a ilegalidade nem para a degradação ambiental. Esta situação só foi possível porque a TNC desenvolveu uma parceria com o Ibama, que acompanha os produtores na estruturação de um sistema capaz de permitir a criação das reservas, previstas na lei, fora da propriedade. Assim, elas ficam em locais mais adequados para a conservação da biodiversidade e com menor fragmentação entre uma área e outra. “A TNC dá apoio e consultoria para treinamento de nossos técnicos no uso de ferramentas que propiciam interpretação e uso de imagens de satélite, GPS e outros dados correlatos”, diz Ary Soares dos Santos, gerente-executivo do Ibama, em Goiás.
Portanto, segundo Fischer (2003) as alianças intersetoriais são a forma adequada de viabilizar a convergência entre os atores sociais, ou seja, é a partir daí que nasce a possibilidade de agregação de valor que leva em conta o relacionamento intersetorial.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARDOSO, R. (org.) Comunidade Solidária: fortalecendo a sociedade, promovendo o desenvolvimento. Rio de Janeiro: Comunitas, 2002. Disponível em: <http://comunitas.org.br>. Acesso em: 25 out. 2012.

FISCHER, Rosa Maria e CASADO. Tânia. Alianças estratégicas para atuação social- pesquisa aplicada, 2003. FIA/CEATS, São Paulo.

NOLETO, Marlova Jovchelovitch. Parcerias e Alianças Estratégicas: uma abordagem pratica / Marlova Jovchelovitch Noleto. – 2º ed. – São Paulo: Global, 2004.

Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social. Parcerias intersetoriais como mecanismos de desenvolvimento sustentável. Disponível em: <http://www.idis.org.br/biblioteca/publicacoes/parcerias-intersetoriais-como-mecanismos-de-desenvolvimento-sustentavel/>. Acesso em: 25 out. 2012.

TEODÓSIO, A. S. S. Pensar pelo avesso o Terceiro Setor: mitos, dilemas e
perspectivas da ação social organizada no Brasil. In: Políticas públicas de apoio  sociofamiliar/Curso de Capacitação de Conselheiros Tutelares e Municipais. Belo Horizonte: PUC Minas, 2001. p. 85-12.

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